Oséias- 2
Quem de nós poderá dizer que nunca se
prostitui? Qual de nós pode livre e ingenuamente atirar a primeira pedra? Ou dizer
que nunca fomos tentados a nos inclinar a pecados horrendos para satisfazer
nossos desejos e prazeres egoístas vindos de uma mente pervertida e
descontrolada. Sim, somos tudo isso e muito mais sem a presença de um Deus que
literalmente, indescritivelmente nos ama, nos perdoa todos os dias e nos refaz
a cada nova manhã. Tudo que fazemos, cobiçamos ou tocamos se é de natureza contrária
ao que há no coração do Pai, então estamos nos prostituindo com essas coisas, pois
se prostituir vai muito além do ato de vender o próprio corpo por dinheiro.
“Ás vezes somos o odor que nem mesmo nossas narinas
suportam.”
Agimos como hipócritas quando o que
mais sabemos fazer é apontar para os erros dos outros com cara de espanto e
horror ao olharmos para a obscuridade de seus pecados que no fim é tão feio e
imundo quanto o nosso, onde eles se diferem apenas pela singularidade dos
frutos colhidos. Vergonhosamente adotamos dentro de nós o péssimo e doentio hábito
de pontuar, medir pecado por suas consequências, como se isso tornasse o nosso
menos depressível aos olhos do único que pode perdoar julgar e nos absorver de
cada um deles. Quando cedemos às
exigências descabidas de nossa carne, nos tornamos como feras e somos capazes até
mesmo de distorcer valores para justificar nossos comportamentos mais insanos.
Contudo, precisamos compreender que
nós fomos criados, moldados e chamados para sermos santos, e assim nos comportarmos
como tal. Somos a obra mais perfeita do Criador, somos alvo dos incontáveis
livramentos e milagres de um Deus que nunca desistirá de nos ensinar o que
tanto precisamos aprender. O Abba anseia por nos cobrir de vestes novas, perfumadas,
tão brancas quanto á neve; somos a expressão exata de um incondicional e
perfeito Amor de Redenção.
Ele nos chama de sua noiva, encantadora,
delicadamente adornada, ardentemente desejada! Uau, o que poderia ser mais atraente
e fascinante que isso? Absolutamente nada! E assim o Pai nos convida a sermos livres,
não mais escravos do pecado, porém libertos das coisas dessa terra que incansavelmente
nos aprisiona, suga toda nossa energia e nos sufoca enquanto sentimos nossa
mente e corpo se definharem para um miserável fim. É preciso se lembrar de que
nós somos cidadãos do céu, de um único reino e só estamos aqui de passagem. É
tempo de se desprender, amadurecer, nos curar, de conhecer e assumir nossa
verdadeira identidade Nele. Tempo de sermos apenas o filho que se permite ser
amado pelo Pai. É chegado um novo e propício tempo na vida de todos aqueles que
estão dispostos a renunciar suas vontades para viver o genuíno evangelho de
Cristo, tomar sua cruz e segui-lo. Devemos pedir perdão ao Senhor, nos
arrepender de nossa incredulidade, para que aprendamos andar por Fé não por
vista, confiando cegamente ao nos entregarmos sem reservas dependendo somente
D´ele, de nada ou ninguém mais.
Não podemos nos permitir sermos corrompidos,
pressionados por cobranças, influência de um sistema religioso já quase em
ruínas, decaído por perder o foco de sua missão dentro do Cristianismo, onde
infelizmente grande parte aprendeu a Usar
pessoas e Valorizar coisas, ou
muito menos sermos coniventes com uma sociedade que impõe regras que ela mesma
ignora, desacredita e não sustenta. Nossa geração irá sucumbir até a morte por
que nós como igreja ainda não aprendemos a discipular pessoas, não forjamos guerreiros
pela palavra de Deus liberada que é viva e eficaz, nós apenas treinamos
soldados que agem como meninos, sendo fracos, dependentes emocional e
espiritualmente uns dos outros e medrosos por nunca serem expostos a realidades
que realmente confronta, ensina e transforma.
“É tempo de amadurecermos como verdadeiros cristãos, ou
viveremos na superficialidade de um evangelho raso, mesmo estando a um passo de
mergulhar os pés em águas profundas.”
Sejamos guiados pelo Espirito de Deus,
não por meros seres mortais, sentimentos, emoções ou obras da carne. É tempo de
confessar, assumir nossas fraquezas, limitações e fragilidades não para sermos
envergonhados, amedrontados ou convivermos com elas, mas para que sejamos
sarados pelo sangue de Cristo Jesus que nos santifica e nos purifica de todo
pecado. É tempo de olharmos com olhos de amor e verdade para aquele que é
diferente de nós, e nunca melhor ou pior, deixar que o espirito de empatia nos
permita ser solidários tendo compaixão a dor do nosso semelhante. É tempo de
seguir nosso destino, avançando em nossa jornada para o cumprimento do propósito
que o Pai já estabeleceu para cada um de nós.
Somos sua noiva imaculada, noiva
santificada que se adorna e se prepara para o dia do grande encontro. Não
importa o lugar onde nossos pés já pisaram, ou as muitas cicatrizes que o mundo
nos deixou, hoje o Senhor nos chama apenas para sermos D´ele sem medo, explicações
ou justificativas. Sejamos nós apenas o fruto de um coração arrependido,
contrito, liberto e totalmente rendido. Quero eu Pai, me lançar me prostrar
diante do seu amor, de sua presença que para mim é mais real e palpável que os
ossos e carne que cobrem meu próprio corpo. Quero me deixar ser descoberta nua
diante dos muitos anseios de minha alma sabendo que ninguém nunca poderá
satisfazê-la se não você que soprou sobre minhas narinas o fôlego de vida. Vem, vem pra mim Abba, dono do meu
ser, guardião dos meus anseios; serei eu eternamente sua! Ontem você já me amava
quando eu ainda informe repousava no ventre da minha mãe, hoje você me ama
ainda mais e amanhã eu sei, como sempre permanecerá me amando.
No entanto, sabemos que os dias são
maus, o tempo está se findando, tenhamos eu e você presa em ouvir e nos
submeter à vontade de Cristo para que toda terra, língua, povos e raça o
conheça e confesse que só o Senhor é Deus. Sejamos conscientes de que nós temos
duas escolhas, podemos continuar desfrutando das delicias de uma mesa bem posta,
satisfazendo nossos desejos e luxúrias, disfarçada por uma elegante aparência, ou
assumir nossa posição de noiva apaixonada que se rende lançando-se nos braços
do noivo que todos os dias nos chama para dançar e sara as feridas que o nosso
corpo sangrento carrega.
“Nunca julgue um coração no qual seus olhos jamais serão
capazes de conhecer a profundidade, pois há muita riqueza encoberta entre os tecidos
surrados e nem toda prostituta se veste como uma.”
...
By- Fabiana Miranda.